terça-feira, 14 de abril de 2009

HOMOAFETIVIDADE

Ser ou não ser, eis a questão!
Como já dizia minha tia, que adotou um homossexual expulso de sua casa pela famíla ao saber de sua sexualidade, ninguém se torna homossexual porque quer, portanto, se nasce homossexual.
Hoje os psicólogos não tratam os homossexuais e sim os ajudam a conviver com a sua sexualidade.
Já houve época em que ser gay era doença, possessão demoníaca ou até uma desgraça para a família que tinha um parente nessas circustâncias.
Hoje se admite que se é gay por fatores genéticos, psíquicos ou sociais; podendo a causa ser um ou mais desses fatores.
Há que se entender que ao longo de toda a história, desde a Grécia antiga até os dias de hoje, sempre existiu homossexuais no mundo.
Hoje a humanidade está um pouco mais aberta às diversidades sexuais, embora o tão falado direito das minorias só existe em tese.
O preconceito ainda persiste porque a sociedade associa a homossexualidade com a promiscuidade, esquecendo que duas pessoas do mesmo sexo podem se amar e se respeitarem mùtuamente, como ocorre com casais heterossexuais ( embora exceções à parte ocorram em ambos os casos, pois cada pessoa é dona do seu corpo e cabe a ela o direito de usá-lo como se lhe aprouver ).
A questão maior deveria ser se pensar na felicidade da pessoa em si e não nas consequências de ser homo ou heterossexual.
O mundo vive hoje misérias, poluições, fome, guerras, epidemias, corrupção e tantas outras questões maiores para se focar e pessoas continuam cerceando a sexualidade do outro através de preconceitos, ou de qualquer outro meio que se possa utilizar para discriminá-la.
A vida de uma pessoa é ímpar como o são suas impressões digitais, íris, aparelho auditivo, etc.
A sexualidade das pessoas também não pode seguir a um modelo pré-determinado como se todos fossemos iguais.
Em consequência de tudo isso as pessoas se sentem impotentes e sofrem por não se sentirem enquadradas em um certo padrão, daí, se gays não possuem a devida coragem para se assumirem e se imporem na sociedade como seres humanos que são, ora fingem-se de hetero e casam gerando infelicidades para si e outras pessoas, ora se sentem marginalizados pela sociedade refugiando-se em guetos e fazendo uso de drogas, ora chegam ao extremo colocando um fim à sua própria vida, com o objetivo de fugir do meio social onde se sentem ameaçados e inseguros.
Não gostaria de entrar aqui em um debate mais amplo envolvendo a igreja e seus interesses pessoais nesse ou naquele assunto; porque se ouço falar que Deus fez o homem para a mulher o mesmo Deus criou os animais, nos quais, vez por outra, se pode ver casos de relações com parceiros do mesmo sexo.
Quando um homem casado sai com outras mulheres ele é considerado garanhão, e, caso a mulher faça o mesmo ela é taxada de prostituta, ou seja, vivemos num mundo onde a mídia, as músicas, etc, utiliza a mulher como objeto de desejo do homem ( Veja-se a música que diz em um trecho dela: que pescar que nada, vou beijar na boca, ver a mulherada...).
Nossa sociedade de hoje prega um modêlo de homem que tem por objetivo ficar com o maior número de mulheres quando vai em um evento ou uma festa qualquer, ou seja, quanto mais mulheres abarca, mais homem se torna!
Em muitas situações os homens dizem que sem um carro não se pega mulheres. Significa dizer que o poder de uma pessoa se mede pelo que ela possui em bens materiais e não pela sua atitude como ser humano que é, formando uma geração de pessoas frustradas, pois, quanto mais bens materiais se tem mais se quer ter, ou seja, as conquistas se referem apenas a coisas e nunca a idéias ou ideais de vida.
A sociedade como um todo deveria preocupar-se com o crescimento intelectual de seus filhos, dando-lhes uma educação de qualidade, no entanto, com sua hipocrisia, ensina as pessoas a cuidar da vida dos outros, e o que é pior, julgando sua sexualidade e as supostas coisas negativas que elas fazem em detrimento das coisas boas que são realizadas.
Não se pode negar que existe um fundo de verdade na música da Rita Lee que diz que a homossexualidade é uma forma que a natureza utiliza como meio de controlar a explosão demográfica.
Muitos pais acham bonito seus filhos adolescentes gerarem uma criança quando ainda não tem maturidade para tal, em consequência se vê por ai tanta miserabilidade, crianças soltas pelas ruas roubando e matando à esmo, sem uma orientação dos pais que na maioria das vezes estão ausentes e deixam para a Escola e o Estado a educação dos seus filhos, transferindo para os mesmos uma responsabilidade que, a priori, deveria ser de quem os gerou.
É preciso que se repense a sociedade como um todo e que se páre para debater questões tão relevantes e que até o presente momento estão sendo deixadas de lado.
É preciso que se discuta nas escolas todos os problemas que a humanidade tem gerado e como fazer para resolvê-los, inclusive aqueles relacionados com o preconceito e a homofobia!
É preciso que nos tornemos cada vez mais humanos, ou seja, como diria Charles Chaplin: "Não sois máquinas, homens é o que sois."

DORO - 14/04/2009

7 comentários:

  1. Muito bom o texto Doro, adorei a abordagem do tema,foi preciso e direto. Ainda existe muito preconceito em torno do tema homossexualidade, que na minha opinião não deveria ser assim chamado, eu acredito que homoafetividade seria muito mais adequado porque a palavra homessexualidade possui um significado muito restrito para tudo o que significa um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.
    Acho que você foi muito feliz ao abordar esse tema e adorei o seu blog. Beijos Helena

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  2. Essa mística da sexualidade e do gênero envolve muita coisa além do hétero e gay. A própria promiscuidade (e a prostituição) é um conceito mal construido.
    Acho que a conduta de acordo com alguns preceitos é necessária para evitar o caos, mas tudo tem seu lado ruim. Às vezes leva bastante tempo para que uma conduta se modifique, mas imagino que ao melhorar a visão sobre o sexo e afins, piorem-se outras visões.
    Não acredito tanto assim na humanidade, não do jeito que é hoje, mas espero que essa dualidade se desfaça algum dia.

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  3. E parabéns pelo texto. Nem todo mundo tem coragem de escrever sobre isso hoje em dia.

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  4. Acho que desde o século passado, a sociedade de uma forma geral passou por mudanças com relação a isso. Claro que ainda há os radicais, mas nomes como Cazuza, Renato Russo ou Cássia Eller não seriam conhecidos se o preconceito fosse assim tão grande.E, sobre os debates nas escolas, ainda acho que esse tipo de assunto deveria ser tratado em casa, pois como está escrito no texto, as pessoas estão deixando a educação de seus filhos na mão do estado, e isso não é legal.
    Agora, é certo que o preconceito ainda existe sim, e muitas vezes isso gera muita polêmica.Mas com o passar do tempo o povo ganha mais tolerância com os homossexuais(ainda mais agora que estão surgindo os emos uhauhauha)e creio que neste mesmo século esse problema não tera tal repercursão.

    Gostei do texto!

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  5. Primeiro parabéns pelo blog,e também pelo texto e tema muito oportuno,atual e urgente,pois muitas pessoas são discriminadas ainda muito jovem por não saber qual é sua posição na sociedade, essa massa falida que com seus preconceitos esquecem q seus filhos necessitam de informações direta e sincera e que independente de sexo somos humanos todos nós.

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  6. Há que se comentar que a Vera que escreveu o comentário acima é mãe de dois filhos, vê-se que sua cabeça está além do tempo em que vivemos...
    E obrigado pelas palavras de vocês, embora eu não as mereça!

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  7. Pedro Everest diz:

    Parabéns Doro, tratou de um assunto que alguns ainda veêm como um tabu de forma clara e séria.
    É evidente que o preconceito ainda existe na sociedade atual, inclusive contra homossexuais.
    Faz-se mister ressaltar que quando pessoas invocam elementos como a moral para justificarem o seu preconceito, essas estão se esquecendo que a moral é algo individual e que, por causa disso, cada um tem o direito de ter a sua.
    Novamente,parabéns pelo texto Doro!

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