quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A SOLIDÃO DE ANA

A cada novo trovão um novo suspiro
Ana bebe alguma coisa e se engasga
Não há nem anjo a lhe soprar os ouvidos
Nem tampouco amigos a visitar sua casa...

Anda cansada, desgastada de tanto trabalho
Ana é bela, mas anda meio esculhambada
Outro dia foi assaltada e levaram seu carro
Há algum tempo ela não sai para baladas...

Tem fumado demais; aliás, exageradamente
Até tentou encontrar namorado na internet
Mas foi em vão, só achou homem incompetente
E ontem à noite passou mal com dor de dente.

Sente-se solitária, perdida, abandonada
Por isso se embriaga o tanto quanto pode
Ana é boa de coração, mas se sente fraca
A tristeza em seus olhos me causa espanto.

Ela perdeu a fé, e mesmo assim ainda reza
Ana queria ter esperança, mas nada muda
Ao jantar ela sempre põe dois pratos à mesa
Mas a companhia que ela encontra se faz muda!

( Prof. Flávio Leite )