domingo, 3 de maio de 2009

CARTA DE UM FILHO AO SEU PAI ( PASTOR DE IGREJA )

Já verifiquei os textos bíblicos que o senhor me mandou e posso lhe dizer que, sem essa vontade de entender a sua visão dos mesmos, para mim se torna difícil a compreensão da verdade. Sou um leigo em assuntos religiosos, não estudei Teologia para falar como um teólogo, entretanto moro num país democrático, onde me cabe o direito de dizer o que penso. São tantas as interpretações da Bíblia que o Cristianismo, que deveria ser um só, a cada dia que passa se divide mais ainda, ou seja, são centenas de igrejas cristãs com diferentes denominações, cada uma delas se considerando a dona da verdade, sem contar aquelas que nascem vez por outra, porque seus seguidores não aceitam as contradições que são pregadas por aqueles que falam inspirados em nome do "Espírito Santo". Em nome do mesmo "Espírito Santo" a igreja escolheu entre dezenas de evangelhos aqueles que encaixavam no perfil dos seu interesses pessoais. O senhor sabe que na vida já nos enganamos muitas vezes em diversos assuntos e situações. A própria Igreja sempre vivenciou mudanças ao longo da história e continua fazendo o mesmo até os dias de hoje, inclusive pedindo perdão à sociedade na tentativa de reparar seus erros cometidos no passado.
Uma analíse mais criteriosa não me permite chegar às suas conclusões e, insistir nelas, poderia nos levar a novos enganos.
Que a Bíblia diga a verdade posso até aceitar, mas não vejo verdade em questões meramente figurativas e metafóricas excluídas de todo um contexto.
Excesso sempre foi ruim em qualquer situação, inclusive na boa vontade e intenção.
O Cristianismo deveria ser Cristo, que só pregou amor e perdão. Não cabe a nós o direito de julgar ninguém, pois , como diria o apóstolo Paulo, "não há um só justo siquer no mundo". Não existe na Terra uma balança para se medir qual pecado é maior que o outro, e , os dez mandamentos do Velho Testamento foram abolidos pelo próprio Cristo, quando nos deixou apenas um mandamento. Os radicalismos devem ser deixados de lado quando se quer viver em paz e harmonia com os seres humanos e a natureza.
O Velho testamento é Judeu e Islamita e conta a história desses povos. Não é para que o mesmo seja desprezado, porém nem tudo deve ser utilizado indiscrinadamente.
O Deus cristão é bom, o Jeová dos judeus é mau. Pela sua própria origem o Velho Testamento recebeu enorme influência judáica, onde Jeová é vingativo e cruel, com seus exércitos vencendo batalhas, advento comum em povos antigos na formação de uma Nação.
Cristo veio para mudar tudo isso e não para disputar poder. Ele não veio para protejer os judeus e fazer guerras; muito pelo contrário, foi um pacificador que pregou a não-violência, com as devidas mudanças internas nos seres humanos, na busca pelo amor universal.
Por tudo isso foi crucificado. Não crucifique-O novamente. Seja o cristão do amor e perdão. Tenha sua maneira própria na percepção do divino, sem se deixar influenciar pelo pensamento e interpretação de outras pessoas.
Vejamos o que nos diz Taylor Caldwell em um dos seus livros: ""O judeu-cristianismo defronta-se hoje com a maior provação de sua história, pois de forma terrível tornou-se secular e prega o "Evangelho Social" ao invés do Evangelho de Cristo. Cristo não estava interessado nesse mundo que agora fascina aos que alegam ser seus seguidores e afirmam repetidamente que Ele criaria um "mundo novo".
Ele, reparem, e não nós. Ele não estava interessado em injustiças sociais. Pregou que a justiça e misericórdia brotaria de um coração transformado, assim como o amor; e não devido a leis e regulamentos humanos...
Toda "educação" em instituições e exortações seculares jamais conseguiram civilizar o homem"".

( Doro - 02/04/2009 )

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