sábado, 1 de janeiro de 2011

O DESAFIO DO CORAÇÃO

Nas sociedades tradicionais, o casamento arranjado era a norma e se baseava em considerações da família, status, saúde, etc. Tratava-se mais de uma aliança entre famílias do que entre indivíduos. Servia para preservar a linhagem e as propriedades familiares e para que as crianças conhecessem seu lugar na rede social. Nenhuma sociedade tradicional considerava os sentimentos indivíduais de amor espontâneo como base válida para relacionamentos duradouros entre um homem e uma mulher.
Mais do que isso, nenhuma sociedade anterior tentou, muito menos conseguiu, unir amor romântico, sexo e casamento em uma única instituição.
A cultura grega unia sexo e casamento, mas reservava o amor romântico para as relações entre os homens e rapazes.
No amor cortês do século 12, do qual provêm nossos ideais sobre o romance, o amor entre homem e mulher estava oficialmente separado do casamento.
No século 19 os vitorianos tiveram o vislumbre do casamento com base em padrões românticos. Mas o sexo era excluído: a mulher era considerada doente se sentisse desejo ou prazer. O prazer do sexo ficava relegado aos prostíbulos.
Só muito recentememte passou-se a acreditar que amor, sexo e casamento devem ser concentrados em uma mesma pessoa. Somos os primeiros a reunir o amor romântico, a paixão sexual e o compromisso conjugal monogâmico em um só acordo. Segundo Margaret Mead, essa é uma das formas de união mais difícil que o gênero humano já criou.

( John Welwood )

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